sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Aula 7 - 1 ano Filosofia


Percepção e teoria do conhecimento
Do ponto de vista das teorias do conhecimento, há, portanto, três concepções principais sobre o papel da percepção:
       De acordo com as teorias empiristas, ela é a única fonte de conhecimento e está na origem das ideias formuladas pelo pensamento, num processo de abstração que exclui as diferenças e reúne as semelhanças entre várias sensações para formar as percepções das quais, por um novo processo de generalização e abstração, são formadas as ideias;
·         Segundo as teorias racionalistas intelectualistas, a percepção é considerada não muito confiável para o conhecimento porque depende das condições particulares de quem percebe e está propensa a ilusões, pois frequentemente a imagem percebida não corresponde à realidade do objeto. Para os intelectualistas, o pensamento filosófico e científico deve abandonar os dados da percepção como sensíveis, controlando-os pelo pensamento. Em outras palavras, trata-se de explicar e corrigir a percepção.
       Na teoria fenomenológica do conhecimento, a percepção é considerada originária e parte principal do conhecimento humano, mas com uma estrutura diferente do pensamento abstrato, que opera com ideias. Ou seja, a percepção não é o reservatório de onde sairão ideias (como para os empiristas), nem é uma ideia confusa e inadequada que deve ser corrigida pelo pensamento (como para os intelectualistas), pois ela é diferente de uma ideia ou de um pensamento.
Percepção e pensamento
       A percepção sempre se realiza por perfis ou perspectivas. Não é possível perceber de uma só vez um objeto, mas algumas de suas faces de cada vez. O percebido é observável.
       No pensamento o intelecto compreende uma ideia de uma só vez e por inteiro, isto é, captamos a totalidade do sentido de uma ideia de uma só vez, sem precisar examinar cada uma de suas “faces”.

Aula 7 - 2 ano Sociologia



V - O perigo da construção de uma sociedade individualista. A relação de competição é tão grande, que fica difícil identificar sociologicamente onde há conflito e competição. Estamos evoluindo para lei da selva. A pergunta básica é: O que eu vou ganhar com isso? Este individualismo acerbado tem trazido terríveis danos à nossa sociedade. Precisamos resgatar valores como cooperação, amizade, companheirismo, reciprocidade, etc.
VI - O perigo da construção de uma sociedade "tecnológicêntrica". Desde Descartes passamos a dotar o falso mito da racionalidade humana como veículo de domínio da explicação do mundo. Isto tomou força com o racionalismo Kantiano, onde a razão passa, através do turbilhão, ser o instrumento da visão e entendimento do mundo. O iluminismo permeado desta tão grande razão perpetuou tais conceitos culminando com Augusto Comte através de sua filosofia positivista, quando coloca o estágio tecnológico como sendo o final do processo evolutivo do homem (Mito-Filosofia-Ciência). O tecnicismo e o cientificismo em que estamos mergulhados tende a um processo de desumanização das relações humanas. Estamos mais nos relacionando com máquinas do que com seres humanos. A máquina é o fim, o homem o meio. Devemos usar máquina e amar o ser humano, inverter esta ordem causa problemas.
VII - O perigo da construção de uma sociedade amoral. Diante das recentes descobertas científicas, principalmente na área biogenética, o homem precisa mais do que nunca estabelecer referenciais, condutas e posturas éticas para que não venhamos a proceder contra a própria natureza humana (se é que existe uma natureza humana no homem). A clonagem, a informações do mapeamento genético, os transgênicos, e outras novas descobertas colocam o homem na crucial questão: Qual é o limite do homem? Numa sociedade onde o capitalismo instaurou-se com único modelo econômico, onde o imperialismo oprime os mais fracos, onde o prazer está pelo prazer, onde a pornografia (principalmente a pedofilia) tem crescido assustadoramente e onde o comércio do narcotráfico é o mais rentável, o que devemos esperar desta sociedade?
VIII - O perigo da construção de uma sociedade com perda de identidade cultural. O imperialismo do Primeiro Mundo ocorre principalmente através do processo de globalização. Começa tal domínio se estabelecer através da linguagem, onde aportuguesamos várias expressões importada: Deletar, scanear etc.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Aula 6 - 2º ano Sociologia


Globalização e pós-modernidade
Muito se tem falado sobre o Pós-Modernismo e Globalização porém pouco se tem definido sobre tais conceitos: Afinal o que é Pós-Modernidade? O que é globalização?
A pós-modernidade nada mais é do que um período de transição indefinível, com mudanças de paradigmas e conceitos abstratos e subjetivos, onde ninguém consegue ao certo conceituá-la.
Os contemporâneos não são os melhores observadores do momento histórico, pois o envolvimento emocional do momento vem permeado de aspectos ideológicos indissociáveis de um observador isento de quaisquer influências.
Vejamos alguns perigos da globalização na construção da nova sociedade do século XXI:
 I - O perigo da construção de uma sociedade Hedonista. O prazer pelo prazer. Sexo, drogas e Música (Antigamente era Rock, agora é Funk) são objetivos prioritários para nossa juventude. Tais músicas fazem sucesso porque encontram guarita em um mundo globalizado, onde o ser humano tem procurado satisfazer suas necessidades básicas através de suas realizações de prazer.
II - O perigo da construção de uma sociedade niilista. A Ausência total de referencial. Deleuze, filósofo francês, apontou uma crítica que Nietzsche fez à filosofia de Schopenhauer. Para Schopenhauer existe um nada de vontade, enquanto para Nietzsche existe a vontade do Nada. Hoje estamos vivendo mais um negativismo schopenhauerano do que o niilismo proposto por Nietzsche, que apropriou-se deste conceito da religião budista. Nossa sociedade caminha para uma ausência total de desejo, pois os velhos paradigmas estão sendo quebrados, porém não estamos construindo outros no lugar. Há uma total ausência de ícones na sociedade pós-moderna.
III - O perigo da construção de uma sociedade alienada.
IV - O perigo da construção de uma sociedade de consumo adicto. O vício do consumismo. O importante é o ter e o consumir e não o ser e existir. O direito do cidadão virou direito do consumidor. Tudo agora está girando pela questão do patrocinador.

sábado, 15 de setembro de 2012

Aula 6 - 1º ano Filosofia


O que é a percepção
A percepção possui as seguintes características:
● é o conhecimento sensorial de configurações ou de totalidades organizadas e dotadas de sentido e não uma soma de sensações elementares; sensação e percepção são a mesma coisa;
● é o conhecimento de um sujeito corporal, isto é, uma vivência corporal, de modo que a situação de nosso corpo e as condições de nosso corpo são tão importantes quanto a situação e as condições dos objetos percebidos;
● é sempre uma experiência dotada de significação, isto é, o percebido é dotado de sentido e tem sentido em nossa história de vida, fazendo parte de nosso mundo e de nossas vivências;
● o próprio mundo exterior não é uma coleção ou uma soma de coisas isoladas, mas está organizado em formas e estruturas complexas dotadas de sentido. Uma paisagem, por exemplo, não é uma soma de coisas que estão apenas próximas umas das outras, mas é a percepção de coisas que formam um todo complexo e com sentido;
● a relação dá sentido ao percebido e àquele que percebe, e um não existe sem o outro;
● Damos às coisas percebidas novos sentidos e novos valores, pois fazem parte de nossas vidas e nós interagimos com o mundo;
* As relações se estabelecem entre nosso corpo, o corpo dos outros sujeitos e o corpo das coisas;
● a percepção depende das coisas e de nosso corpo, depende do mundo e de nossos sentidos, depende do exterior e do interior, e por isso é mais adequado falar em campo perceptivo para indicar que se trata de uma relação complexa entre o corpo-sujeito e os corpos-objetos num campo de significações visuais, tácteis, olfativas, gustativas, sonoras, motrizes, espaciais, temporais e linguísticas;
● a percepção envolve nossa vida social, isto é, os significados e os valores das coisas percebidas decorrem de nossa sociedade e do modo como nela as coisas e as pessoas recebem sentido, valor ou função;
● a percepção nos oferece um acesso ao mundo dos objetos práticos e instrumentais, isto é, nos orienta para a ação cotidiana e para as ações técnicas mais simples;
● a percepção está sujeita a uma forma especial de erro: a ilusão, como vimos no exemplo dos versos de Mário de Andrade sobre a garoa de São Paulo, a confusão do branco e do negro, do pobre e do rico.

domingo, 9 de setembro de 2012

AC3 - Sociologia - 2º ano


AC3 – Sociologia
1)      Tomando por base os contatos sociais, como classificamos os grupos sociais?
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2)      Descreva um conflito de geração que você tenha vivido, acompanhado ou mesmo visto em cinema ou teatro. O conflito foi superado? Como?
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3)      O que torna inseparáveis o status que um indivíduo ocupa na sociedade e os papéis sociais que ele desempenha?
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4)      Grupo, multidão, público e massa. O que caracteriza cada um desses tipos de agrupamento social?
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5)      Quais são os principais mecanismos de sustentação dos grupos sociais? Como você explica a necessidade de mecanismos como esses?
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Aula 5 - 1º ano Filosofia


A percepção
Sensação e percepção
-          A sensação é o que nos dá as qualidades exteriores e interiores, isto é, as qualidades dos objetos e os efeitos internos dessas qualidades sobre nós. Na sensação vemos, tocamos, sentimos, ouvimos qualidades puras e diretas: cores, odores, sabores, texturas. Sentimos o quente e o frio, o doce e o amargo, o liso e o rugoso, o vermelho e o verde, etc.
-          Sentir é algo ambíguo, pois o sensível é, ao mesmo tempo, a qualidade que está no objeto e o sentimento interno que nosso corpo possui das qualidades sentidas.
-          Quando examinamos a sensação, notamos que ninguém diz que sente o quente, vê o azul e engole o amargo. Pelo contrário, dizemos que a água está quente, que o céu é azul e que o alimento está amargo. Isto é, sentimos as qualidades como integrantes de seres mais amplos e complexos do que a sensação isolada de cada qualidade.
Empirismo e intelectualismo
- Para os empiristas, a sensação e a percepção dependem das coisas exteriores, isto é, são causadas por estímulos externos que agem sobre nossos sentidos e sobre o nosso sistema nervoso, recebendo uma resposta que parte de nosso cérebro, volta a percorrer nosso sistema nervoso e chega aos nossos sentidos sob a forma de uma sensação (uma cor, um sabor, um odor), ou de uma associação de sensações numa percepção (vejo um objeto vermelho, sinto o sabor de uma carne, sinto o cheiro da rosa, etc.).
 - Para os intelectualistas, a sensação e a percepção dependem do sujeito do conhecimento e a coisa exterior é apenas a ocasião para que tenhamos a sensação ou a percepção. Nesse caso, o sujeito é ativo e a coisa externa é passiva, ou seja, sentir e perceber são fenômenos que dependem da capacidade do sujeito para decompor um objeto em suas qualidades simples (a sensação) e de recompor o objeto como um todo, dando-lhe organização e interpretação (a percepção).
 - Para os empiristas, a sensação conduz à percepção como uma síntese passiva, isto é, que depende do objeto exterior. Para os intelectualistas, a sensação conduz à percepção como síntese ativa, isto é, que depende da atividade do entendimento.
Psicologia da forma e fenomenologia
-          Em nosso século, porém, a Filosofia alterou bastante essas duas tradições e as superou numa nova concepção do conhecimento sensível. As mudanças foram trazidas pela fenomenologia de Husserl e pela Psicologia da Forma ou teoria da Gestalt (Gestalt é uma palavra alemã que significa: configuração, figura estruturada, forma).
       contra o empirismo, que a sensação não é reflexo pontual ou uma resposta físico-fisiológica a um estímulo externo também pontual;
       contra o intelectualismo, que a percepção não é uma atividade sintética feita pelo pensamento sobre as sensações;
       contra o empirismo e o intelectualismo, que não há diferença entre sensação e percepção.
Fenomenologia e Gestalt, porém, mostram que não há diferença entre sensação e percepção porque nunca temos sensações parciais, pontuais ou elementares, isto é, sensações separadas de cada qualidade, que depois o espírito juntaria e organizaria como percepção de um único objeto. Sentimos e percebemos formas, isto é, totalidades estruturadas dotadas de sentido ou de significação.
As experiências conhecidas como figura-e-fundo mostram que não temos sensações parciais, mas percepções globais de uma forma ou de uma estrutura.
As experiências com formas “incompletas” mostram que a percepção sempre percebe uma totalidade completa, o que seria impossível se tivéssemos sensações elementares que o pensamento unificaria numa percepção.

Aula 5 - 2º ano Sociologia


Globalização e seus dilemas

Globalização e Exclusão Social

       A internacionalização do capitalismo atinge hoje quase todo o planeta, seja pela expansão das empresas multinacionais, seja pelo processo de informatização, que coloca milhões de pessoas em contato por meio de redes de computadores, seja pela abertura das economias nacionais ao mercado internacional, seja pela ação do capital financeiro, que realiza investimentos no mercado de capitais de todos os países. Esse novo processo é chamado de globalização.
       A globalização é marcada basicamente pela universalização da produção, da circulação, da distribuição e do consumo de bens e serviços.
        
 - Para que o capital possa circular livremente, há necessidade de se eliminar as barreiras comerciais entre países. Assim, bens e serviços podem ser mundialmente distribuídos a um custo relativamente baixo.

 - Com o processo de globalização, o capital financeiro conquistou uma posição ainda mais dominante na economia de todo o planeta. Expressão dessa importância é o movimento das bolsas de valores, para onde aflui o capital financeiro especulativo mundial, sempre em busca de maiores lucros e maior segurança. Ao primeiro sinal de crise em um país, esses capitais se retiram e são instantaneamente aplicados em outros centros mais rentáveis e mais seguros. Essas operações tornaram-se possíveis com o uso das redes de computadores.

 -O processo de globalização, contudo, não ocorre apenas na economia, mas se verifica também nas áreas da informação, da cultura e da ciência. A produção industrial, antes restrita a uns poucos países, alcança hoje uma escala sem precedentes na História. O mesmo ocorre com o consumo, pois os mesmos produtos e bens são ofertados simultaneamente nos mais diferentes recantos do planeta.

- Quer ter uma ideia dos efeitos da globalização? Quando o Brasil disputou a partida final com a Alemanha pela Copa do Mundo de Futebol de 2002, no Japão, o jogo pôde ser acompanhado pela televisão por mais de 2 bilhões de pessoas (ou seja, um terço da humanidade).

 - Os avanços tecnológicos, principalmente em relação aos transportes e às comunicações, são resultados da ação de grandes empresas que financiam pesquisas. A informatização barateia o custo de produção das fábricas. Isso é necessário porque o processo de globalização exige altos níveis de competitividade: é preciso produzir a preços cada vez mais baixos para competir no mercado globalizado.

 - Entretanto, o objetivo das empresas de baixar seus custos de produção acaba gerando desequilíbrios nas sociedades. O mais grave deles é o crescente número de desempregados, que provoca, entre outros problemas, o aumento da exclusão social, da miséria e da violência nas grandes cidades.