Percepção e teoria do
conhecimento
Do ponto de vista das teorias do
conhecimento, há, portanto, três concepções principais sobre o papel da
percepção:
•
De acordo com as teorias empiristas, ela é a
única fonte de conhecimento e está na origem das ideias formuladas pelo
pensamento, num processo de abstração que exclui as diferenças e reúne as semelhanças
entre várias sensações para formar as percepções das quais, por um novo
processo de generalização e abstração, são formadas as ideias;
·
Segundo as teorias racionalistas
intelectualistas, a percepção é considerada não muito confiável para o
conhecimento porque depende das condições particulares de quem percebe e está
propensa a ilusões, pois frequentemente a imagem percebida não corresponde à
realidade do objeto. Para os intelectualistas, o pensamento filosófico e
científico deve abandonar os dados da percepção como sensíveis, controlando-os
pelo pensamento. Em outras palavras, trata-se de explicar e corrigir a
percepção.
•
Na teoria fenomenológica do conhecimento, a
percepção é considerada originária e parte principal do conhecimento humano,
mas com uma estrutura diferente do pensamento abstrato, que opera com ideias.
Ou seja, a percepção não é o reservatório de onde sairão ideias (como para os
empiristas), nem é uma ideia confusa e inadequada que deve ser corrigida pelo
pensamento (como para os intelectualistas), pois ela é diferente de uma ideia
ou de um pensamento.
Percepção e pensamento
•
A percepção sempre se realiza por perfis ou
perspectivas. Não é possível perceber de uma só vez um objeto, mas algumas de
suas faces de cada vez. O percebido é observável.
•
No pensamento o intelecto compreende uma ideia
de uma só vez e por inteiro, isto é, captamos a totalidade do sentido de uma
ideia de uma só vez, sem precisar examinar cada uma de suas “faces”.