Ética ou filosofia moral
- éthos = costume / mos,
moris = moral;
- Ética e moral referem-se ao conjunto de
costumes tradicionais de uma sociedade e, como tais, são considerados valores e
obrigações para a conduta de seus membros;
- A filosofia moral ou ética nasce quando se
passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os costumes;
- Segundo senti do da palavra éthos:
caráter, índole natural, temperamento, conjunto das disposições físicas e
psíquicas de uma pessoa;
Sócrates inaugura a ética
- Dirigindo-se aos atenienses, Sócrates lhes
perguntava qual o sentido dos costumes estabelecidos, mas também
indagava quais as disposições do caráter que levavam alguém a respeitar
ou a transgredir os valores da cidade, e por quê;
- Ao
indagar o que são a virtude e o bem, Sócrates realiza, na verdade, duas
interrogações. Por um lado, interroga a sociedade para saber se o que ela
costuma considerar virtuoso e bom corresponde efetivamente à virtude e ao bem;
e, por outro lado, interroga os indivíduos para saber se, ao agir, possuem
efetivamente consciência do significado e da finalidade de suas ações, se seu
caráter ou sua índole são virtuosos e bons realmente. A indagação socrática
dirige-se, portanto, à sociedade e ao indivíduo;
- É sujeito ético ou moral somente aquele que
sabe o que faz, conhece as causas e os fins de sua ação.
Aristóteles e a práxis
- Saber teorético ou contemplativo é o
conhecimento de seres e fatos que existem e agem independentemente de nós e sem
nossa intervenção ou interferência, isto é, de seres e fatos naturais e
divinos;
- Saber prático é o conhecimento
daquilo que só existe como consequência de nossa ação e, portanto, depende de
nós;
•
Práxis: o agente, a ação e a finalidade
do agir são inseparáveis ou idênticos, pois o agente, o que ele faz e a
finalidade de sua ação são o mesmo;
•
Técnica: o agente, a ação e a finalidade
da ação são diferentes e estão separados, sendo independentes uns dos outros.
Deliberação e
decisão
- Não deliberamos e não decidimos sobre o
necessário, deliberamos e decidimos sobre o possível;
- Prudência ou sabedoria prática: o prudente é
aquele que em todas as situações é capaz de julgar e avaliar qual a atitude e
qual a ação que melhor realizarão a finalidade ética;
- Ética à Nicômaco: distinção dos vícios e
virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação
Resumidamente,
eis o quadro aristotélico:
Virtude
|
Vício por
excesso
|
Vício por
deficiência
|
Coragem
|
Temeridade
|
Covardia
|
Temperança
|
Libertinagem
|
Insensibilidade
|
Prodigalidade
|
Esbanjamento
|
Avareza
|
Magnificência
|
Vulgaridade
|
Vileza
|
Respeito
próprio
|
Vaidade
|
Modéstia
|
Prudência
|
Ambição
|
Moleza
|
Gentileza
|
Irascibilidade
|
Indiferença
|
Veracidade
|
Orgulho
|
Descrédito
próprio
|
Agudeza de
espírito
|
Zombaria
|
Rusticidade
|
Amizade
|
Condescendência
|
Enfado
|
Justa indignação
|
Inveja
|
Malevolência
|