terça-feira, 20 de novembro de 2012

IV Bimestre: Aula 5 - 1º ano


A consciência pode conhecer tudo?
O inconsciente
                Freud escreveu que, no transcorrer da modernidade, os humanos foram feridos três vezes e que as feridas atingiram o nosso narcisismo, isto é, a bela imagem que possuíamos de nós mesmos como seres conscientes racionais e com a qual, durante séculos, estivemos encantados. 
- A primeira foi a que nos infligiu Copérnico, ao provar que a Terra não estava no centro do Universo e que os homens não eram o centro do mundo.
- A segunda foi causada por Darwin, ao provar que os homens descendem de um primata, que são apenas um elo na evolução das espécies e não seres especiais, criados por Deus para dominar a Natureza.
- A terceira foi causada por Freud com a psicanálise, ao mostrar que a consciência é a menor parte e a mais fraca de nossa vida psíquica.
A psicanálise
 - Hipnose à Técnica de associação livre
 - Freud descobriu, finalmente, que os sintomas histéricos tinham três finalidades:
       contar indiretamente aos outros e a si mesma os sentimentos inconscientes;
       punir-se por ter tais sentimentos;
       realizar, pela doença e pelo sofrimento, um desejo inconsciente intolerável.
Porque os pacientes sentiam-se interiormente ameaçados por alguma coisa dolorosa e temida, algo que haviam penosamente esquecido e que não suportavam lembrar. Freud descobriu, assim, que o esquecimento consciente operava simultaneamente de duas maneiras:
       como resistência à terapia;
       sob a forma da doença psíquica, pois o inconsciente não esquece e obriga o esquecido a reaparecer sob a forma dos sintomas da neurose e da psicose.
A alienação social
               A alienação é o fenômeno pelo qual os homens criam ou produzem alguma coisa, dão independência a essa criatura como se ela existisse por si mesma e em si mesma, deixam-se governar por ela como se ela tivesse poder em si e por si mesma, não se reconhecem na obra que criaram, fazendo-a um ser-outro, separado dos homens, superior a eles e com poder sobre eles.
- Para compreender o fenômeno da alienação, Marx estudou o modo como as sociedades são produzidas historicamente pela práxis dos seres humanos.
               As três formas da alienação social
1) A alienação social, na qual os humanos não se reconhecem como produtores das instituições sociopolíticas e oscilam entre duas atitudes: ou aceitam passivamente tudo o que existe, por ser tido como natural, divino ou racional, ou se rebelam individualmente, julgando que, por sua própria vontade e inteligência, podem mais do que a realidade que os condiciona. Nos dois casos, a sociedade é o outro (alienus), algo externo a nós, separado de nós, diferente de nós e com poder total ou nenhum poder sobre nós.
2) A alienação econômica, na qual os produtores não se reconhecem como produtores, nem se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho. 
3) A alienação intelectual, resultante da separação social entre trabalho material (que produz mercadorias) e trabalho intelectual (que produz idéias). A divisão social entre as duas modalidades de trabalho leva a crer que o trabalho material é uma tarefa que não exige conhecimentos, mas apenas habilidades manuais, enquanto o trabalho intelectual é responsável exclusivo pelos conhecimentos.
A ideologia
A função principal da ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dar-lhes a aparência de indivisão e de diferenças naturais entre os seres humanos.
A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transforma-las ou conhece-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as idéias.
Os procedimentos da ideologia
Em primeiro lugar, opera por inversão, isto é, coloca os efeitos no lugar das causas e transforma estas últimas em efeitos. Ela opera como o inconsciente: este fabrica imagens e sintomas; aquela fabrica idéias e falsas causalidades.
A segunda maneira de operar da ideologia é a produção do imaginário social, através da imaginação reprodutora. Recolhendo as imagens diretas e imediatas da experiência social (isto é, do modo como vivemos as relações sociais), a ideologia as reproduz, mas transformando-as num conjunto coerente, lógico e sistemático de idéias que funcionam em dois registros: como representações da realidade (sistema explicativo ou teórico) e como normas e regras de conduta e comportamento (sistema prescritivo de normas e valores). 
Enfim, uma terceira maneira de operação da ideologia é o silêncio. Um imaginário social se parece com uma frase onde nem tudo é dito, nem pode ser dito, porque, se tudo fosse dito, a frase perderia a coerência, tornar-se-ia incoerente e contraditória e ninguém acreditaria nela.
Ideologia e inconsciente
1.        o fato de que adotamos crenças, opiniões, idéias sem saber de onde vieram, sem pensar em suas causas e motivos, sem avaliar se são ou não coerentes e verdadeiras;
2.        ideologia e inconsciente operam através do imaginário (as representações e regras saídas da experiência imediata) e do silêncio, realizando-se indiretamente perante a consciência. 
3.        inconsciente e ideologia não são deliberações voluntárias. O inconsciente precisa de imagens, substitutos, sonhos, lapsos, atos falhos, sintomas, sublimação para manifestar-se e, ao mesmo tempo, esconder-se da consciência.





domingo, 11 de novembro de 2012

IV Bimestre: Aula 4 - 2º ano


Classificação das famílias
FAMÍLIA CONJUGAL ou NUCLEAR – reúne marido, a mulher e os filhos.
FAMÍLIA CONSANGUÍNEA ou EXTENSA – engloba, além do casal e seus filhos, outros parentes como avó, netos genros, noras, primos e sobrinhos.
Principais funções da família
FUNÇÃO SEXUAL E REPRODUTIVA: garante a satisfação dos impulsos sexuais dos cônjuges e perpetua a espécie humana com a geração de filhos;
FUNÇÃO ECONÔMICA: aquela que assegura os meios de subsistência e bem-estar de seus integrantes;
FUNÇÃO EDUCACIONAL: responsável pela transmissão à criança dos valores e padrões culturais da sociedade; ao cumprir essa função a família se torna o primeiro agente de socialização do indivíduo.
Em tempos de globalização
A sociedade pós-industrial criou um novo padrão de família.
O “chefe de família” já não é apenas o pai.
A mãe deixou de ser sinônimo de “rainha do lar”.
A troca de papeis entre pais e mães são constantes.
O homem participa das tarefas domésticas
Diminuiu o número de famílias nucleares.
Aumentou o número de divórcios.
Aumentou, também, o número de filhos de mães solteiras.
Caiu o número de nascimentos, principalmente nos países europeus.
O divórcio, a viuvez, o abandono e a competitividade aumentam o número de famílias MONOPARENTAIS.
A desestrutura familiar pode ser relacionada ao aumento da criminalidade entre jovens e adolescentes.
IGREJA
Todas as sociedades conheceram ou conhecem alguma forma de religião. A crença em algum tipo de divindade e o sentimento religioso são fenômenos comuns a todas as épocas e lugares do planeta.
Cada povo tem nas crenças religiosas um fator de estabilidade, de aceitação da hierarquia social e de obediência às normas que a sociedade considera necessárias para a manutenção do equilíbrio social. Por isso, a religião desempenhou quase sempre uma função social estabilizadora.
A religião envolve a crença em poderes sobrenaturais ou misteriosos. Geralmente, todas as religiões têm seu lugar de culto: igrejas, templos, mesquitas, sinagogas, etc.
Há muitas formas e manifestações religiosas em todo o mundo. Existem grupos que acreditam em vários deuses. Esses são chamados de POLITEÍSTAS, como o hinduismo, por exemplo.
Outras religiões acreditam na existência de um único deus, sendo chamadas, portanto, de religiões MONOTEÍSTAS, como, por exemplo, o islamismo, o cristianismo e o judaísmo.
Com o desenvolvimento industrial, as religiões ocidentais sofreram transformações, fazendo com que procurem conciliar suas doutrinas com o avanço do conhecimento científico.
Entre algumas igrejas, passou-se a dar mais atenção às questões sociais.
Em 1891, o papa Leão III, através da Encíclica Rerum novarum, expôs a “doutrina social da igreja”, que, buscando fazer frente ao socialismo, afirmou a necessidade de o Estado garantir melhores salários e condições de uma vida digna para os trabalhadores.
Em 1979, na América Latina surgiu a “Teologia da Libertação”, doutrina defendida por alguns sacerdotes e bispos da Igreja católica que defende o engajamento da instituição religiosa na luta contra as desigualdades e por justiça social.
Hoje alguns movimentos religiosos defendem uma participação maior das Igrejas na solução dos problemas sociais e vêm procurando ressaltar mais as questões éticas do que os dogmas religiosos.
Um fenômeno religioso contemporâneo é o crescente uso dos meios de comunicação social de massa pelas igrejas. Vários programas são veiculados na televisão, rádio, filmes, jornais, Internet, como um meio de difusão das crenças religiosas.
ESTADO
O Estado é a instituição social que dispõe do MONOPÓLIO DA FORÇA LEGÍTIMA, ou seja, é a instituição detentora do direito de recorrer à força sempre que isso seja necessário, e que esse direito é reconhecido pela sociedade.
A lei confere ao Estado o direito de recorrer a várias formas de pressão, inclusive a violência, para que suas decisões sejam obedecidas. Esse direito é geralmente executado por oficiais de justiça e policiais em cumprimento de ordens judiciais determinadas pelos detentores do poder Judiciário.
Em virtude do seu monopólio da força legítima, o Estado detém o poder supremo na sociedade. Ele reserva para si o direito de impor e de obrigar aqueles que discordam de suas decisões a cumprirem a lei. Qualquer outro uso da força ou coerção – por bandidos, soldados amotinados, grupos rebeldes – é ilegítimo e coibido pelo Estado.
Portanto, a função do Estado é fazer cumprir a lei. Caso não cumpra esse papel, corre o risco de deixar de existir.
Alguns componentes do Estado
TERRITÓRIO: constitui sua base física, sobre a qual exerce sua jurisdição.
POPULAÇÃO: é composta pelos habitantes do território.
INSTITUIÇÕES POLÍTICAS: entre elas sobressaem os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; o núcleo do poder do Estado, contudo, está nas mãos do governo – grupos de pessoas colocadas à frente dos órgãos administrativos e que exercem temporariamente o poder público em nome da sociedade.
Estado e Nação
ESTADO ≠ NAÇÃO
NAÇÃO: conjunto de pessoas ligadas entre si por laços permanentes de idioma, tradições, costumes e valores; é anterior ao Estado, podendo existir sem ele.
ESTADO: pode compreender várias nações, como é o caso do Reino Unido (ou Grã Bretanha, formada pela Escócia, Irlanda do Norte, País de Gales e Inglaterra).
Estado e Governo
ESTADO ≠ GOVERNO
ESTADO: instituição social permanente ou de longa duração.
GOVERNO: componente transitório do Estado.
O governo age em nome do Estado.
Nas sociedades democráticas é a Constituição que atribui legitimidade aos governos.
Formas de Governo
Os três poderes do Estado são:
EXECUTIVO: incumbido de executar as leis;
LEGISLATIVO: encarregado de elaborar as leis;
JUDICIÁRIO: responsável pela distribuição de justiça e pela interpretação da Constituição.
O governo pode adotar as seguintes formas:
MONARQUIA: o governo é exercido por uma só pessoa (rei ou rainha), que herda o poder e o mantém até a morte.
REPÚBLICA: o poder é exercido por representantes do povo eleitos periodicamente pelos cidadãos.
Em países como Espanha, Inglaterra e Suécia, a forma de governo é a monarquia, porém os reis possuem apenas poder simbólico, cabendo ao Parlamento, cujos representantes são democraticamente eleitos, o exercício efetivo do poder. São  chamadas de monarquias constitucionais.
Nas repúblicas modernas há dois tipos de regime: o PARLAMENTARISTA e PRESIDENCIALISTA.
ESCOLA
“A escola é uma maravilhosa colaboradora, mas são os pais que educam... As bases que desenvolvem o caráter da criança correspondem aos pais, cabendo à escola o papel de orientadora e reforçadora da educação familiar, que deve ensinar os modelos de convivência e exemplificar a verdade, a alegria, a paz, a tolerância, a justiça”.               
                                             Egidio Vecchio.
O OBJETIVO DA EDUCAÇÃO:
- A transmissão da cultura;
 - A adaptação dos indivíduos à sociedade (socialização);
- O desenvolvimento de suas potencialidades;
- Seleciona os elementos essenciais dentro da cultura, para serem transmitidos por pessoas especializadas.
- A escola pode ser vista como grupo social (que transmite cultura), é considerada uma reunião de indivíduos (alunos, professores e funcionários) com objetivos comuns e em contínua interação.
Mecanismos de sustentação dos agrupamentos na escola:
Liderança: o professor exerce sobre os alunos uma liderança institucional, isto é, decorre de sua própria posição na estrutura da escola. Mas o bom andamento das atividades escolares depende também da liderança positiva exercida por alunos que, por suas características pessoais, se colocam em posição de orientar o grupo.
Normas: existem regras que orientam o comportamento de alunos e professores. Assim, espera-se que o professor esteja no horário da aula, que cumpra o programa estabelecido, que responda às dúvidas dos alunos, etc. dos alunos se espera que estejam na escola no horário certo, que realizem as atividades propostas pelos professores, que estudem a matéria ensinada, que usem os trajes estabelecidos, etc.

IV Bimestre: Aula 4 - 1º ano


O pensamento
Em nosso cotidiano usamos as palavras pensar e pensamento em sentidos variados e múltiplos.
       “Por favor, diga-me seu pensamento, em que você está pensando?”.
       “Você pensa que não sei o que você está pensando?”.
       “Como é, pensou?”
       “Você pensa demais, não faz bem à saúde”.
       “O pensamento do dia é…”
       “Esse trabalho mostra que você não quis pensar”
       “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum)
O pensamento é a consciência ou a inteligência saindo de si para ir colhendo, reunindo, recolhendo os dados oferecidos pela experiência, pela percepção, pela imaginação, pela memória, pela linguagem, e voltando a si, para considerá-los atentamente, colocá-los diante de si, observá-los intelectualmente, avalia-los, retirando deles conclusões, formulando com eles idéias, conceitos, juízos, raciocínios, valores.
A inteligência
                A psicologia costuma definir a inteligência por sua função, considerando-a uma atividade de adaptação ao ambiente, através do estabelecimento de relações entre meios e fins para a solução de um problema ou de uma dificuldade. Essa definição concebe, portanto, a inteligência como uma atividade eminentemente prática e a distingue de duas outras que também possuem finalidade adaptativa e relacionam meios e fins: o instinto e o hábito.
O instinto é inato. Ao contrário, o hábito é adquirido, mas, como o instinto, tende a realizar-se automaticamente.
A inteligência difere do instinto e do hábito por sua flexibilidade, pela capacidade de encontrar novos meios para um novo fim, ou de adaptar meios existentes para uma finalidade nova, pela possibilidade de enfrentar de maneira diferente situações novas e inventar novas soluções para elas, pela capacidade de escolher entre vários meios possíveis e entre vários fins possíveis. 
Inteligência e linguagem
 -             O exercício da inteligência como pensamento é inseparável da linguagem, como já vimos, pois a linguagem é o que nos permite estabelecer relações, concebe-las e compreende-las. Graças às significações escada e rede, a criança pode pensar nesses objetos e fabricá-los.
 -             A inteligência humana, enquanto atividade mental e de linguagem, pode ser definida como a capacidade para enfrentar ou colocar diante de si problemas práticos e teóricos, para os quais encontra, elabora ou concebe soluções, seja pela criação de instrumentos práticos (as técnicas), seja pela criação de significações (idéias e conceitos). 
Inteligência e pensamento
                Um conceito ou uma idéia é uma rede de significações que nos oferece: o sentido interno e essencial daquilo a que se refere; os nexos causais ou as relações necessárias entre seus elementos, de sorte que por eles conhecemos a origem, os princípios, as conseqüências, as causas e os efeitos daquilo a que se refere. O conceito ou idéia nos oferece a essência-significação necessária de alguma coisa, sua origem ou causa, suas conseqüências ou seus efeitos, seu modo de ser e de agir.
Os conceitos ou idéias são redes de significações cujos nexos um ligações são expressos pelo pensamento através dos juízos, pelos quais estabelecemos os elos internos e necessários entre um ser e as qualidades, as propriedades, os atributos que lhe pertencem, assim como aqueles predicados que lhe são acidentais e que podem ser retirados sem que isso afete o sentido e a realidade de um ser.
Um conjunto de juízos constitui uma teoria, quando:
       estabelece com clareza um campo de objetos e os procedimentos para conhece-los e enuncia-los;
       organizam-se e ordenam-se os conceitos;
       articulam-se e demonstram-se os juízos, verificando seu acordo com regras e princípios de racionalidade e demonstração.
       A necessidade do método
                      A palavra método vem do grego, methodos, composta de meta: através de, por meio de, e de hodos: via, caminho.
       1. conduzir à descoberta de uma verdade até então desconhecida;
       2. permitir a demonstração e a prova de uma verdade já conhecida;
       3. permitir a verificação de conhecimentos para averiguar se são ou não verdadeiros.
                      O método é, portanto, um instrumento racional para adquirir, demonstrar ou verificar conhecimentos.
       -              Platão, por exemplo, considerava que o melhor caminho para o conhecimento verdadeiro era o que permitia ao pensamento libertar-se do conhecimento sensível (crenças, opiniões), isto é, das imagens e aparências das coisas.
        -  Aristóteles definiu o procedimento filosófico-científico como um método demonstrativo que se realiza por meio de silogismos. O silogismo é um conjunto de três juízos ou proposições que permite obter uma conclusão verdadeira.
       Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
Durante a modernidade a necessidade de um método tornou-se ainda mais imperiosa do que antes, pois o sujeito do conhecimento não sabe se pode alcançar a verdade.
Descartes enuncia, portanto, as três principais características das regras do método:
1. certas (o método dá segurança ao pensamento);
2. fáceis (o método economiza esforços inúteis); e
3. que permitam alcançar todos os conhecimentos possíveis para o entendimento humano.
Quanto à Filosofia, embora os filósofos tenham oscilado entre vários métodos possíveis, atualmente quatro traços são comuns aos diferentes métodos filosóficos:
1. o método é reflexivo – parte da auto-análise ou do autoconhecimento do pensamento;
2. é crítico – investiga os fundamentos e as condições necessárias da possibilidade do conhecimento verdadeiro, da ação ética, da criação artística e da atividade política;
3. é descritivo – descreve as estruturas internas ou essências de cada campo de objetos do conhecimento e das formas de ação humana;
4. é interpretativo – busca as formas da linguagem e as significações ou os sentidos dos objetos, dos fatos, das práticas e das instituições, suas origens e transformações.
Pensamento mítico e pensamento lógico
O mito possui, assim, três características principais:
1. função explicativa: o presente é explicado por alguma ação passada cujos efeitos permaneceram no tempo.
2. função organizativa: o mito organiza as relações sociais (de parentesco, de alianças, de trocas, de sexo, de idade, de poder, etc.) de modo a legitimar e garantir a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões.
3. função compensatória: o mito narra uma situação passada, que é a negação do presente e que serve tanto para compensar os humanos de alguma perda como para garantir-lhes que um erro passado foi corrigido no presente, de modo a oferecer uma visão estabilizada e regularizada da Natureza e da vida comunitária.
Como funciona o pensamento conceitual
       um conceito ou uma idéia não é uma imagem nem um símbolo, mas uma descrição e uma explicação da essência ou natureza própria de um ser, referindo-se a esse ser e somente a ele;
       um conceito ou uma idéia não são substitutos para as coisas, mas a compreensão intelectual delas;
       um conceito ou uma idéia não são formas de participação ou de relação de nosso espírito em outra realidade, mas são resultado de uma análise ou de uma síntese dos dados da realidade ou do próprio pensamento;
       um juízo e um raciocínio não permanecem no nível da experiência, nem organizam a experiência nela mesma, mas, partindo dela, a sistematizam em relações racionais que a tornam compreensível do ponto de vista lógico;
       um juízo e um raciocínio buscam as causas universais e necessárias pelas quais uma realidade é tal como é, distinguindo o modo como ela nos aparece do modo como é em si mesma; as causas e os efeitos são homogêneos, isto é, são de mesma natureza;
um juízo e um raciocínio estudam e investigam a diferença entre nossas vivências subjetivas, pessoais e coletivas, e os conhecimentos gerais e objetivos, que são de todos e de ninguém em particular. Estabelecem a diferença entre vivências subjetivas e a estrutura objetiva do pensamento em geral;


AC 3 - Sociologia


1)      Estabeleça a diferença entre grupo social e instituição social.
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2)      Cite as principais instituições sociais.
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3)      Qual é a característica definidora do Estado?
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4)      Explique as diferenças entre Estado, nação e governo.
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5)      De que maneira os três poderes do Estado se complementam?
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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

IV Bimestre: Aula 3 - 2º ano


As instituições sociais
Instituição é toda forma ou estrutura social estabelecida, constituída, sedimentada na sociedade e com caráter normativo – ou seja, ela define regras (normas) e exerce formas de controle social. Ex: Estado, família, escola e igreja.
As instituições são formadas para atender a necessidades sociais. Servem também de instrumento de regulação e controle das relações sociais e das atividades dos membros da sociedade que estão inseridos. Para isso, dispõem de um poder normativo e coercitivo aceito pela maioria da população dessa sociedade.
Características:
-          Exterioridade: são dotadas de realidade externa ao indivíduo.
-          Objetividade: quase todas as pessoas reconhecem as instituições como algo legítimo.
-          Coercitividade: as instituições tem o poder de exercer pressões sobre as pessoas, de modo a levá-las a agir segundo os padrões de comportamento considerados corretos pela sociedade.
-          Autoridade moral: as instituições são reconhecidas pelas pessoas como tendo o direito legítimo de exercer seu poder e obrigar os integrantes da sociedade (pela força ou pelo convencimento) a agir segundo determinados padrões.
-          Historicidade: as instituições já existiam antes do nascimento do indivíduo e continuarão a existir depois de sua morte; elas têm sua própria história.
As instituições sociais normatizam os grupos
Grupo Social ≠ Instituição Social
Os grupos sociais são conjuntos de indivíduos com objetivos comuns, envolvidos num processo de interação mais ou menos contínuo.
As instituições sociais se baseiam em regras e procedimentos que se aplicam a diversos grupos.
As instituições sociais são interdependentes
Uma instituição não existe isolada das outras. Há entre elas uma relação de interdependência, de tal forma que qualquer alteração em determinada instituição pode acarretar mudanças maiores ou menores nas outras.
FAMÍLIA
Grupo primário de forte influência na formação do indivíduo, a família é o primeiro corpo social no qual os indivíduos convivem. É um tipo de agrupamento social cuja estrutura varia em alguns aspectos no tempo e no espaço. Essa variação pode se referir ao número e à forma do casamento, ao tipo de família e aos papeis familiares.
Monogamia versus poligamia
FAMÍLIA MONOGÂMICA é aquela em que a pessoa tem apenas um cônjuge, quer esta relação seja estabelecida por uma aliança indissolúvel, quer se admita o divórcio. 
FAMÍLIA POLIGÂMICA é aquela em que a pessoa pode ter dois ou mais cônjuges.
Ao casamento de uma mulher com dois ou mais homens dá-se o nome de POLIANDRIA (comuns entre as tribos do Tibete e entre os esquimós). 
O casamento de um homem com várias mulheres chama-se POLIGINIA (comum entre algumas tribos africanas e entre os mulçumanos). 
Formas de casamento
ENDOGAMIA quer dizer casamento permitido apenas dentro do mesmo grupo, da mesma tribo.
EXOGAMIA trata-se da união com alguém de fora do grupo, que eventualmente pode ser também de religião, raça ou classe social diferentes.
Endogamia e exogamia são formas de casamento que supõem o enlace heterossexual tradicional. Mais recentemente, porém, alguns países passaram a adotar legalmente o casamento homossexual.











IV Bimestre: Aula 3 - 1º ano


A linguagem
A importância da linguagem
       “A palavra distingue os homens dos animais; a linguagem distingue as nações entre si. Não se sabe de onde é um homem antes que ele tenha falado”.
       “Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a si próprio, o desejo e a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isso”.
Rousseau
A linguagem é, assim, a forma propriamente humana da comunicação, da relação com o mundo e com os outros, da vida social e política, do pensamento e das artes.
Platão considerava que a linguagem pode ser um medicamento ou um remédio para o conhecimento.
à pelo diálogo e pela comunicação, conseguimos descobrir nossa ignorância e aprender com os outros.
à pela sedução das palavras, nos faz aceitar, fascinados, o que vimos ou lemos, sem que indaguemos se tais palavras são verdadeiras ou falsas. 
                A linguagem pode ser conhecimento-comunicação, mas também pode ser encantamento-sedução.
A força da linguagem
                Podemos avaliar a força da linguagem tomando como exemplo os mitos e as religiões.
                - A palavra grega mythos, como já vimos, significa narrativa e, portanto, linguagem. 
                - O mito tem o poder de fazer com que as coisas sejam tais como são ditas ou pronunciadas. 
                - Também vemos a força realizadora ou concretizadora da linguagem nas liturgias religiosas.
                - A linguagem tem, assim, um poder encantatório, isto é, uma capacidade para reunir o sagrado e o profano
As palavras assumem o poder contrário também, isto é, criam tabus.
O poder mágico-religioso da palavra aparece ainda num outro contexto: o do direito.
Independentemente de acreditarmos ou não em palavras místicas, mágicas, encantatórias ou tabus, o importante é que existam, pois sua existência revela o poder que atribuímos à linguagem.
A outra dimensão da linguagem
                Para referir-se à palavra e à linguagem, os gregos possuíam duas palavras: mythos e logos. Diferentemente do mythos, logos é uma síntese de três palavras ou idéias: fala/palavra, pensamento/idéia e realidade/ser. 
                Logos é a palavra racional do conhecimento do real. É discurso (ou seja, argumento e prova), pensamento (ou seja, raciocínio e demonstração) e realidade (ou seja, os nexos e ligações universais e necessários entre os seres).
É a palavra-pensamento compartilhada: diálogo; é a palavra-pensamento verdadeira: lógica; é a palavra-pensamento de alguma coisa: o “logia” que colocamos no final de palavras como cosmologia, mitologia, teologia, ontologia, biologia, psicologia, sociologia, antropologia, tecnologia, filologia, farmacologia, etc.
A origem da linguagem
                Uma primeira divergência sobre o assunto surgiu na Grécia: a linguagem é natural aos homens (existe por natureza) ou é uma convenção social?
                Perguntar pela origem da linguagem levou a quatro tipos de respostas:
                1. a linguagem nasce por imitação, isto é, os humanos imitam, pela voz, os sons da Natureza;
                2. a linguagem nasce por imitação dos gestos, isto é, nasce como uma espécie de pantomima ou encenação, na qual o gesto indica um sentido;
3. a linguagem nasce da necessidade: a fome, a sede, a necessidade de abrigar-se e proteger-se, a necessidade de reunir-se em grupo para defender-se das intempéries, dos animais e de outros homens mais fortes levaram à criação de palavras, formando um vocabulário elementar e rudimentar, que, gradativamente, tornou-se mais complexo e transformou-se numa língua;
                4. a linguagem nasce das emoções, particularmente do grito (medo, surpresa ou alegria), do choro (dor, medo, compaixão) e do riso (prazer, bem-estar, felicidade). 



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

IV Bimestre: Aula 2 - 2º ano


Mobilidade Social
 - Mobilidade social é a mudança de posição social de uma pessoa num determinado sistema de estratificação social.
Tipos de mobilidade social
Vertical poder ser:
- Ascendente (subida) - quando a pessoa melhora sua posição no sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo em geral economicamente superior ao de seu grupo anterior;
- Descendente (descida) - quando a pessoa piora sua posição no sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo em geral economicamente inferior.
HORIZONTAL
Uma pessoa que muda de posição dentro do mesmo grupo social. Ex: Um jovem cientista (bolsista) que pretende ser um dentista (prestigio e mais rendimentos). A situação mostra uma pessoa que experimentou alguma mudança de posição social, mas que, apesar disso, permaneceu na mesma classe social.
Democracia e mobilidade social
O fenômeno da mobilidade social varia de sociedade para sociedade. Em algumas sociedades ela ocorre de maneira mais fácil; em outras, quase inexiste no sentido vertical ascendente.
A ascensão social depende muito da origem de classe de cada indivíduo. Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem mais oportunidade e condições de se manter nesse nível, ascender ainda mais e se sair melhor do que os originários das camadas inferiores.
Surgimento de políticas públicas ou privadas voltadas para a concretização do princípio constitucional da igualdade – de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. Ações afirmativas.


IV Bimestre: Aula 2 - 1º ano


A imaginação
A imaginação na tradição filosófica
       A imagem seria um rastro ou um vestígio deixado pela percepção.
       Os empiristas, por exemplo, falam das imagens como reflexos mentais das percepções ou das impressões, cujos traços foram gravados no cérebro.
·         A imagem seria a coisa atual percebida quando ausente. Seria uma percepção enfraquecida, que, associada a outras, formaria as ideias no pensamento.
·         Os filósofos intelectualistas também consideravam a imaginação uma forma enfraquecida da percepção e, por considerarem a percepção a principal causa de nossos erros também julgavam a imaginação fonte de enganos e erros.

A imaginação na tradição filosófica

·         A imagem seria um rastro ou um vestígio deixado pela percepção.
·         Os empiristas, por exemplo, falam das imagens como reflexos mentais das percepções ou das impressões, cujos traços foram gravados no cérebro.
·         A tradição, porém, enfrentava alguns problemas que não podia resolver:

à não confundimos percepção e imagem. Assim, por exemplo, distinguimos perfeitamente a percepção direta de um bombardeio da imagem do que seria uma explosão atômica;
à não confundimos perceber e imaginar. Assim, por exemplo, distinguimos o sonho da vigília; distinguimos um fato que vemos na rua da cena de um filme;
à somos capazes de distinguir nossa percepção e a imaginação de uma outra pessoa. Assim, por exemplo, percebemos o sofrimento psíquico de alguém que está tendo alucinações, mas não somos capazes de alucinar junto com ela.

A fenomenologia e a imaginação

       A fenomenologia  fala na consciência imaginativa como uma forma de consciência que parte da diferença da imaginação com respeito à percepção e à memória;
       A imaginação é a capacidade da consciência para fazer surgir os objetos imaginários;
       Pela imaginação nos relacionamos com o ausente e o inexistente

Perceber e imaginar
A percepção observa as coisas, as pessoas, as situações. Observar é jamais ter uma coisa, pessoa ou situação de uma só vez e por inteiro.
A imaginação, ao contrário, não observa o objeto: cada imagem põe o objeto por inteiro.
       A imagem é diferente do percebido porque ela é um análogo do ausente, sua presentificação.
A força irrealizadora da imaginação significa, por um lado, que ela é capaz de tornar ausente o que está presente (o armário deixa de estar presente), de tornar presente o ausente (o navio torna-se presente) e criar inteiramente o inexistente (a aventura nos mares).
As modalidades ou tipos de imaginação
Partindo da diferença entre imaginação reprodutora e imaginação criadora, podemos distinguir várias modalidades de imaginação:
1.       imaginação reprodutora propriamente dita, isto é, a imaginação que toma suas imagens da percepção e da memória;
2.        imaginação evocadora, que presentifica o ausente por meio de imagens com forte tonalidade afetiva;
3.       imaginação irrealizadora, que torna ausente o presente e nos coloca vivendo numa outra realidade que é só nossa, como no sonho, no devaneio e no brinquedo. Esta imaginação tem forte tonalidade mágica;
 4. imaginação fabulosa, de caráter social ou coletivo, que cria os mitos e as lendas pelos quais uma sociedade, um grupo social ou uma comunidade imaginam sua própria origem e a origem de todas as coisas, oferecendo uma explicação para seu presente e sobretudo para a morte.
     5. imaginação criadora, que inventa ou cria o novo nas artes, nas ciências, nas técnicas e na Filosofia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

IV Bimestre: Aula 1 - 2º ano (Sociologia)


Classes sociais e estratificação
Estratificação social
A estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada. Por estratificação social entendemos a distribuição de indivíduos e grupos por camadas hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade. Essa distribuição se dá pela posição social dos indivíduos, das atividades que eles exercem e dos papéis que desempenham na estrutura social.
Assim podemos dizer que em determinadas sociedades as pessoas estão distribuídas pelas classes A, B e C e já se fala em classes D, E  e F, que correspondem a graus diferentes de poder, riqueza e prestígio.
Na sociedade capitalista contemporânea, as posições sociais são determinadas basicamente pela situação dos indivíduos no desempenho de suas atividades produtivas.
Entretanto, dentro dessa mesma sociedade os indivíduos podem desempenhar outros papéis e alcançar novas posições sociais, relacionadas com a religião, o partido político em que militam, as funções sociais que desempenham, a profissão que exercem e outras atividades.
Principais tipos de estratificação:
· Econômica: definida pela posse de bens materiais, cuja distribuição pouco equitativa faz com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária.
· Política: estabelecida pela posição de mando na sociedade – quem tem poder e quem não tem.
· Profissional: baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional na sociedade.
Sociedades estratificadas
Castas sociais
-          Existem sociedades em que indivíduos nascem numa camada social mais baixa, mais que com o decorrer de tempo ele pode alcançar o "topo". Esse fenômeno é conhecido como mobilidade social.
-          Existem sociedades que mesmo usando toda a sua capacidade e empregando todos os esforços, o indivíduo não consegue alcançar uma posição social mais elevada. Nesse caso sua posição social foi herdada por ele assim que nasceu independente de sua vontade. Ele vai carregar essa posição para o resto de sua vida.
Estamentos ou estados
 - O estamento ou estado é uma camada social semelhante à casta, porém um pouco mais aberta. Na sociedade estamental a mobilidade social e difícil mas não impossível.
Na sociedade feudal, a ascensão era possível nos raros casos em que a igreja recrutava seus membros entre os mais pobres; no caso de um rei conferir um título de nobreza a um homem do povo; ou, ainda se a filha de um rico comerciante se casasse com um nobre, tornando-se, assim, membro da aristocracia.
Classe social
 - Uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico. Diferencia-se da casta social na medida em que ao membro de uma dada casta normalmente é impossível mudar de status.
Segundo a óptica marxista, em praticamente toda sociedade, seja ela pré-capitalista ou caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a classe dominante, que controla direta ou indiretamente o Estado, e as classes dominadas por aquela, reproduzida inexoravelmente por uma estrutura social implantada pela classe dominante. Segundo a mesma visão de mundo, a história da humanidade é a sucessão das lutas de classes, de forma que sempre que uma classe dominada passa a assumir o papel de classe dominante, surge em seu lugar uma nova classe dominada, e aquela impõe a sua estrutura social mais adequada para a perpetuação da exploração.
A divisão da sociedade em classes é consequência dos diferentes papeis que os grupos sociais têm no processo de produção, seguindo a teoria de Karl Marx. É do papel ocupado por cada classe que depende o nível de fortuna e de rendimento, o género de vida e numerosas características culturais das diferentes classes. Classe social define-se como conjunto de agentes sociais nas mesmas condições no processo de produção e que têm afinidades políticas e ideológicas.

IV Bimestre: Aula 1 - 1º ano (Filosofia)


A memória
Lembrança e identidade do eu
 - A memória é a garantia de nossa própria identidade, o podermos dizer “eu” reunindo tudo o que fomos e fizemos a tudo que somos e fazemos.
- Como consciência da diferença temporal – passado, presente e futuro -, a memória é uma forma de percepção interna chamada introspecção, cujo objeto é interior ao sujeito do conhecimento.
- Além dessa dimensão pessoal e introspectiva da memória, é preciso mencionar sua dimensão coletiva ou social, isto é, a memória objetiva gravada nos monumentos, documentos e relatos da história de uma sociedade.
A memória em nossa sociedade
       Em nossa sociedade, a memória é valorizada e desvalorizada.
 à É valorizada com a multiplicação dos meios de registro e gravação dos fatos, acontecimentos e pessoas (computadores, filmes, vídeos, livros) e das instituições que os preservam (bibliotecas, museus, arquivos).
à  É desvalorizada porque não é considerada uma atividade essencial para o conhecimento e porque a publicidade e a propaganda nos fazem preferir o “novo”, o “moderno”, a “última moda”, pois a indústria e o comércio só terão lucros se não conservarmos as coisas e quisermos sempre o “novo”. A desvalorização da memória aparece no descaso pelos idosos, considerados inúteis e inservíveis em nossa sociedade, ao contrário de outras em que os idosos são portadores de todo o saber da coletividade, respeitados e admirados por todos.
O que é a memória
 - A memória é uma atualização do passado ou a presentificação do passado e é também registro do presente para que permaneça como lembrança.
 - Os aspectos biológicos e químicos da memória não explicam o fenômeno no seu todo, isto é, como forma de conhecimento e de componente afetivo de nossas vidas.
 - Podemos dizer que, em nosso processo de memorização, entram componentes objetivos e componentes subjetivos para formar as lembranças.
Memória e teoria do conhecimento
Do ponto de vista da teoria do conhecimento, a memória possui as seguintes funções:
 - retenção de um dado da percepção, da experiência ou de um conhecimento adquirido;
 - reconhecimento e produção do dado percebido, experimentado ou conhecido numa imagem, que, ao ser lembrada, permite estabelecer uma relação ou um nexo entre o já conhecido e novos conhecimentos;
 - recordação ou reminiscência de alguma coisa como pertencente ao tempo passado e, enquanto tal, diferente ou semelhante a alguma coisa presente;
 - capacidade para evocar o passado a partir do tempo presente ou de lembrar o que já não é, através do que é atualmente.
Graças à memória, somos capazes de lembrar e recordar. As lembranças podem ser trazidas ao presente tanto espontaneamente, quanto por um trabalho deliberado de nossa consciência. Lembramos espontaneamente quando, por exemplo, diante de uma situação presente nos vem à lembrança alguma situação passada. Recordamos quando fazemos o esforço para lembrar.
Quando perdemos a capacidade para lembrar palavras ou construir frases, sofremos a afasia. Quando perdemos a capacidade para lembrar e realizar gestos e ações, sofremos de apraxia. Essas perturbações podem ser causadas por lesões físicas (no cérebro ou no sistema nervoso) ou traumas psicológicos, isto é, por situações de grande sofrimento psíquico que nos forçam a esquecer alguma coisa, algum fato, alguma situação. Amnésia, perda total ou parcial da memória.
Na amnésia, perdemos relação com o todo de nossa existência. Na afasia perdemos a relação com os outros através da linguagem ou da comunicação. Na apraxia, perdemos a relação com o nosso corpo e com o mundo das coisas.